37 Santos Brasileiros Canonizados pela Igreja Católica
O Brasil é uma terra de fé viva, onde 37 santos brasileiros se tornaram ícones de devoção e entrega ao Evangelho. Sua espiritualidade reflete o encontro entre culturas, a simplicidade do povo e a força transformadora do amor cristão.
Ao longo dos séculos, esses homens e mulheres foram reconhecidos oficialmente pela Igreja Católica por suas vidas de serviço e testemunho. Entre eles estão missionários que vieram evangelizar e brasileiros que fizeram da caridade o caminho da santidade.
Cada um desses santos brasileiros deixou uma marca profunda na história da nossa fé, inspirando gerações a viver o Evangelho com coragem, esperança e generosidade.
1) Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus
Madre Paulina nasceu em 1865, na Itália, e chegou ainda criança ao Brasil, estabelecendo-se em Nova Trento (SC). Desde jovem, dedicou-se ao cuidado dos doentes e pobres. Em 1890, fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a primeira congregação religiosa feminina fundada em solo brasileiro.
Faleceu em 1942, em São Paulo, e foi canonizada em 19 de maio de 2002 pelo Papa João Paulo II, tornando-se a primeira santa reconhecida como brasileira. É lembrada por sua vida de amor e serviço aos mais necessitados.
2) Santo Antônio de Santana Galvão (Frei Galvão)
Frei Galvão nasceu em Guaratinguetá (SP), em 1739. Frade franciscano, dedicou sua vida à oração, à caridade e ao atendimento espiritual dos doentes. Ficou conhecido pelas “pílulas de Frei Galvão”, pequenos rolinhos de papel com orações que muitos fiéis consideram milagrosas.
Fundou o Mosteiro da Luz, em São Paulo, e foi canonizado em 2007 pelo Papa Bento XVI, tornando-se o primeiro santo nascido no Brasil. É símbolo de cura, fé e intercessão.
3) São José de Anchieta
São José de Anchieta nasceu em 1534, nas Ilhas Canárias (Espanha). Chegou ao Brasil em 1553, com apenas 19 anos. Missionário jesuíta, foi um dos fundadores das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Dominou a língua tupi e escreveu uma gramática que facilitou o diálogo com os povos indígenas. Poeta, educador e mediador, é considerado o Apóstolo do Brasil. Foi canonizado em 2014 pelo Papa Francisco.
6) Santa Dulce dos Pobres (Irmã Dulce)
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, nasceu em 1914, em Salvador (BA). Desde jovem, dedicou-se a ajudar os mais pobres e enfermos. Fundou as Obras Sociais Irmã Dulce, que hoje acolhem milhares de pessoas carentes.
Faleceu em 1992 e foi canonizada em 13 de outubro de 2019 pelo Papa Francisco, tornando-se a primeira santa brasileira do século XX. É conhecida como o “Anjo Bom da Bahia” e símbolo de amor e misericórdia.

Os Mártires do Rio Grande do Sul
O grupo formado por São Roque Gonzales, São Afonso Rodrigues e São João del Castilho ficou conhecido como Mártires das Missões. Foram mortos em 1628 enquanto evangelizavam os povos guarani.
Suas mortes foram reconhecidas como testemunhos de fé e amor à missão cristã. Canonizados em 1988, são lembrados especialmente na região missioneira como símbolos da evangelização e do diálogo entre culturas.
5) São Roque Gonzales de Santa Cruz
São Roque Gonzales nasceu em 1576, em Assunção, no Paraguai. Jesuíta e missionário, dedicou sua vida à evangelização dos povos indígenas, fundando diversas reduções jesuíticas na região sul do Brasil.
Em 1628, foi martirizado junto com seus companheiros durante uma revolta indígena. Canonizado em 1988 por João Paulo II, é um dos Mártires do Rio Grande do Sul. Sua coragem e fé representam a entrega total ao chamado missionário.
6) São Afonso Rodrigues
Companheiro de São Roque Gonzales, São Afonso Rodrigues também era jesuíta espanhol. Trabalhou nas mesmas reduções do sul do Brasil e foi morto em 1628, por defender a fé e a vida cristã entre os povos indígenas.
Junto de Roque Gonzales e João del Castilho, foi canonizado em 1988. É lembrado como um exemplo de fidelidade à missão e à fé até o martírio.
7) São João del Castilho
Natural da Espanha, São Juan del Castilho chegou ao Paraguai em 1626, com apenas 26 anos, para se juntar à missão jesuítica de evangelização. Dois anos depois, foi assassinado nas Missões, em represália à sua atividade missionária.
Canonizado em 1988, faz parte do grupo dos Mártires do Rio Grande do Sul, lembrado por sua juventude, coragem e ardor evangelizador.
Os Mártires de Cunhaú e Uruaçu
Entre julho e outubro de 1645, o solo do Rio Grande do Norte foi banhado pelo sangue de fiéis que deram a vida por Cristo.
Durante as invasões holandesas, soldados e mercenários, hostis à fé católica, assassinaram dois sacerdotes e vinte e oito leigos, que se recusaram a negar a Igreja e a Eucaristia.
Esses homens e mulheres simples, agora reconhecidos como santos brasileiros, são lembrados como testemunhas heroicas da fé, que preferiram morrer a trair o Evangelho.
O massacre de Cunhaú
Em 16 de julho, na pequena vila de Cunhaú, o Padre André de Soveral celebrava a missa quando soldados armados invadiram a capela.
Ali, ele e seus fiéis foram brutalmente mortos, tornando-se o primeiro ato de fidelidade que selou o início da santidade desses santos brasileiros mártires.
O massacre de Uruaçu
Meses depois, em 3 de outubro, em Uruaçu, próximo a Natal, o Padre Ambrósio Francisco Ferro e dezenas de leigos foram capturados e executados.
Entre eles estava o agricultor Mateus Moreira, cuja coragem se tornaria símbolo eterno dos santos brasileiros.
A canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu
Esses dois episódios, separados no tempo, mas unidos na fé, tornaram-se um único testemunho de santidade.
Em 15 de outubro de 2017, o Papa Francisco canonizou oficialmente os 30 Mártires de Cunhaú e Uruaçu, reconhecendo-os como santos brasileiros, protetores da Igreja e modelos de perseverança e amor eucarístico.
8) Padre André de Soveral
Padre André de Soveral, nascido no Brasil por volta de 1572, era pároco da Capela de Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú (RN). Durante a celebração da missa, em 16 de julho de 1645, foi surpreendido pelos invasores.
Mesmo diante da morte iminente, exortou o povo a permanecer firme na fé, sendo morto diante do altar. É lembrado entre os santos brasileiros como símbolo do sacerdote que vive o amor eucarístico até o fim.
9) Padre Ambrósio Francisco Ferro
Padre Ambrósio Francisco Ferro, português dos Açores, servia em Uruaçu, nas proximidades de Natal. Em 3 de outubro de 1645, foi capturado junto com dezenas de fiéis, torturado e morto.
Mesmo em sofrimento, abençoou seu povo e perdoou os agressores, mostrando que a santidade é o amor que não se apaga. É venerado como um dos grandes santos brasileiros, exemplo de coragem e fidelidade sacerdotal.
10) Mateus Moreira
Leigo e agricultor, Mateus Moreira testemunhou sua fé até o extremo. Durante o massacre de Uruaçu, teve o coração arrancado enquanto proclamava:
“Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”
Essas palavras atravessaram os séculos e tornaram-se símbolo da adoração eucarística no Brasil. Canonizado como um dos santos brasileiros mais populares, representa o povo simples que transforma o sofrimento em louvor.
Os 27 Leigos Mártires de Cunhaú e Uruaçu
Além dos padres e de Mateus Moreira, 27 outros leigos — pais, mães, filhos e jovens — entregaram a vida pela fé.
Cada um deles é reconhecido como parte dessa legião de santos brasileiros, que brilharam como estrelas do martírio no céu do Nordeste.
- 1 Domingos Carvalho
- 2. Antônio Vilela, o Jovem
- 3. José do Porto
- 4. Francisco de Bastos
- 5. Diego Pereira
- 6. João Lostao Navarro
- 7. Antônio Vilela Cid
- 8. Estêvão Machado de Miranda
- 9. Vicente de Souza Pereira
- 10. Francisco Mendes Pereira
- 11. João da Silveira
- 12. Simão Correia
- 13. Antonio Baracho
- 14. João Martins
- 15. Manuel Rodrigues Moura See More
- 16. Esposa de Manuel Rodrigues Moura
- 17 – 23. Os 7 jovens companheiros de João Martins
- 24. Filha de Antônio Vilela, o caçula
- 25. Filha de Francisco Dias, o menor
- 26 e 27. Duas filhas de Estêvão Machado de Miranda.
O legado dos santos brasileiros mártires
Os Mártires de Cunhaú e Uruaçu mostram que a santidade dos santos brasileiros nasceu da fidelidade vivida nas pequenas e nas grandes provas.
Eles uniram sacerdotes e leigos, homens e mulheres, adultos e jovens numa só entrega de amor à Eucaristia.
Inspiração para o Brasil de hoje
Hoje, são padroeiros do Rio Grande do Norte e inspiram cristãos de todo o país a viver o Evangelho com coragem, fidelidade e gratidão.
Entre todos os santos brasileiros, os mártires nordestinos lembram que a santidade é possível para quem permanece fiel, mesmo em meio à dor.
Perguntas Frequentes sobre os Santos Brasileiros (FAQ)
Quais são os santos brasileiros?
O Brasil possui 37 santos reconhecidos oficialmente pela Igreja Católica. Entre eles estão Madre Paulina, Frei Galvão, José de Anchieta, Irmã Dulce dos Pobres, os Mártires de Cunhaú e Uruaçu e os Mártires do Rio Grande do Sul. Esses santos brasileiros representam missionários, religiosos e leigos que viveram com fidelidade, coragem e amor à fé cristã.
Quantos santos brasileiros existem?
Atualmente, a Igreja reconhece 37 santos brasileiros. Esse número inclui os 30 mártires do Rio Grande do Norte, os 3 jesuítas das Missões (Roque Gonzales, Afonso Rodrigues e João del Castilho) e 4 santos canonizados individualmente: Madre Paulina, Frei Galvão, José de Anchieta e Irmã Dulce dos Pobres.
Quem foi o primeiro santo brasileiro?
O primeiro santo nascido no Brasil foi Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, conhecido como Frei Galvão. Ele foi canonizado em 11 de maio de 2007, durante a visita do Papa Bento XVI ao país. Frei Galvão é lembrado por suas “pílulas milagrosas” e por sua profunda vida de oração e caridade.
Quem é a primeira santa brasileira?
A primeira santa reconhecida como brasileira foi Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus (Amábile Lúcia Visintainer). Ela nasceu na Itália, mas veio ainda criança para o Brasil, onde fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Foi canonizada em 19 de maio de 2002 pelo Papa João Paulo II.
Quando Irmã Dulce foi canonizada?
A Irmã Dulce dos Pobres, cujo nome de batismo era Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, foi canonizada em 13 de outubro de 2019, pelo Papa Francisco, na Praça de São Pedro, em Roma.
Ela foi a primeira santa brasileira do século XX e é lembrada como o “Anjo Bom da Bahia”, símbolo de caridade e compaixão entre os santos brasileiros.
Quando é o dia de São Frei Galvão?
O dia de São Frei Galvão é celebrado em 25 de outubro. Nesse dia, os fiéis recordam sua santidade, marcada pela humildade e pela confiança em Deus. Ele é considerado padroeiro dos construtores e das grávidas, sendo um dos santos brasileiros mais amados.
Quais são os santos mais conhecidos do Brasil?
Entre os santos brasileiros mais conhecidos, destacam-se:
- Santa Paulina, pela caridade e acolhimento aos doentes;
- Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, o Frei Galvão, por seus milagres e fé;
- São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil;
- Santa Dulce dos Pobres, pelo amor aos necessitados;
- E os Mártires de Cunhaú e Uruaçu, pela fidelidade até a morte.
Santos que Inspiram o Brasil
Os 37 santos ligados ao Brasil são espelhos da diversidade e da riqueza espiritual do país: missionários estrangeiros, religiosos, leigos, mártires e mulheres de caridade.
Cada um deles mostra que a santidade não é privilégio de poucos, mas um caminho possível a todos que vivem o amor de Cristo no cotidiano.
