7 de novembro. Dia de Santo Enguelberto.

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Santo Enguelberto é lembrado pela Igreja no dia 7 de novembro, data em que se celebra sua memória e seu exemplo de coragem, justiça e fidelidade radical ao Evangelho.

Filho de uma linhagem nobre alemã, Santo Enguelberto abriu mão dos privilégios terrenos para viver uma vida de serviço, entrega pastoral e total confiança em Deus.

Morto em uma emboscada violenta, enfrentou o martírio com serenidade e perdão, deixando um legado de fé inabalável e coragem silenciosa. Seu testemunho ainda hoje nos provoca e inspira.

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Quem foi Santo Enguelberto?

Natural da Alemanha, St. Engelbert von Köln, traduzido para o português como Santo Enguelberto de Colônia, foi um arcebispo que viveu entre os séculos XII e XIII e morreu mártir em 1225.

Seu nome original aparece com grafias variadas, como Engelberto, o que dificulta encontrá-lo em fontes online. Mas sua história permanece viva nas páginas da tradição cristã.

Uma educação moldada pela fé

Nascido em uma família ligada à nobreza, descendente dos duques de Berg e Geldern, Santo Enguelberto recebeu sólida formação cristã desde a infância.

Embora fosse naturalmente inclinado à independência e aos louros deste mundo, recusou os vícios e escolheu o caminho da fé.

Chegou a ser nomeado para o bispado de Münster, mas renunciou espontaneamente, movido pelo desejo de servir apenas a Deus e às almas.

O chamado à liderança espiritual

Em 1215, por desejo do Papa, aceitou o arcebispado de Colônia, uma das mais importantes dioceses do Sacro Império Romano-Germânico.

A partir dali, sua vida tornou-se inteiramente dedicada à glória de Deus, à defesa da Igreja e ao cuidado com os mais pobres.

Santo Enguelberto era conhecido por sua firmeza moral: julgava com justiça, tratava todos com equidade e nunca cedia à pressão de nomes ou títulos.

Qual é o dia de Santo Enguelberto?

A memória litúrgica de Santo Enguelberto é celebrada no dia 7 de novembro.

Neste dia, a Igreja recorda seu testemunho de fé, sua firmeza diante das injustiças e seu martírio heroico.

É uma data que nos convida à reflexão sobre o verdadeiro significado da liderança cristã: servir com humildade, proteger os mais frágeis e perdoar mesmo diante da morte.

Um arcebispo dos pobres e da justiça

Santo Enguelberto recebia todos em seu palácio episcopal. Escutava com paciência cada pedido, cada queixa, e agia sempre que possível para reparar injustiças. Ele era defensor do direito, mesmo que isso significasse contrariar poderosos.

Sua retidão fazia com que não admitisse injustiças, nem dos subordinados nem dos nobres. Em todas as decisões, buscava refletir o ensinamento cristão com coragem e serenidade.

Pai dos necessitados

Aos pobres, era um verdadeiro pai. Ajudava com alimentos, roupas e conselhos. Valorizava a vida monástica e incentivava religiosos e sacerdotes a seguirem com firmeza sua vocação.

Todos os dias, rezava à Virgem Maria, buscando nela força para conduzir seu povo. Sua espiritualidade estava enraizada na oração e no serviço.

Santo Enguelberto e sua influência no Império

O imperador Frederico II confiava plenamente em Santo Enguelberto. Concedeu-lhe não só autoridade sobre o próprio filho, mas também a administração do Império em sua ausência.

Seu prestígio cresceu não apenas entre os cristãos, mas também entre os líderes políticos, o que gerou rivalidades perigosas, especialmente com o duque de Ysenburg.

Defesa das religiosas oprimidas

Em Essen, um convento de freiras sofria opressões constantes por parte do duque. O Papa e o Imperador incumbiram Santo Enguelberto de defender as religiosas. Ele insistiu com firmeza e coragem, por escrito e pessoalmente.

Ignorado, tornou-se alvo de conspiração. Foi convidado pelo duque para consagrar uma igreja, mas a intenção era matá-lo. Na véspera da viagem, recebeu uma carta anônima revelando o plano. Mesmo assim, seguiu com fé.

Martírio de Santo Enguelberto

Ilustração do martírio de Santo Enguelberto
Ilustração do martírio de Santo Enguelberto, presente no livro Na Luz Perpétua, de João Batista Lehmann (1959)

Mesmo advertido sobre os riscos, Santo Enguelberto declarou: “A Divina Providência recomenda meu corpo e minha alma!” Demonstrou confiança plena em Deus, mesmo sabendo da emboscada que se formava contra ele.

Durante o trajeto, afastou-se levemente da comitiva e foi surpreendido por dois soldados. Foi assassinado com 47 golpes de punhal.

As últimas palavras de um santo

Antes de morrer, pronunciou as palavras de Cristo: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem.” Morreu perdoando os seus algozes, selando com sangue sua fidelidade à justiça e à misericórdia.

Seu corpo foi sepultado na igreja dos Apóstolos, em Colônia. Muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão, confirmando sua santidade diante de Deus e da Igreja.

O legado espiritual de Santo Enguelberto

Assim como Jesus na cruz, Santo Enguelberto rezou por seus inimigos no instante em que foi atacado. Mesmo cercado pela injustiça, escolheu o caminho da misericórdia.

Seu testemunho nos mostra que perdoar não é sinal de fraqueza, mas de grandeza espiritual. Santo Agostinho dizia: “Confesso que não devo deixar de rezar pelos inimigos.” Já São Jerônimo lembrava que sentir tristeza é humano, mas a ira precisa ser vencida.

Perdoar dói. Mas é justamente isso que faz do perdão um caminho seguro rumo à santidade.

Um santo quase esquecido, mas profundamente inspirador

Em tempos de culto à visibilidade, Santo Enguelberto parece ter sido esquecido por muitos. Raramente mencionado, seu nome sobrevive apenas em textos antigos e devocionários.

No entanto, sua vida segue gritando em silêncio: há força na humildade, há glória em defender os fracos e há santidade em não revidar. Ele foi um pastor que amou até o fim, sem precisar de palco.

Que sua memória desperte em nós a coragem de viver a fé com firmeza e compaixão, mesmo quando o mundo não aplaude.

O que aprendemos com Santo Enguelberto

Santo Enguelberto nos ensina que o verdadeiro líder é aquele que se coloca a serviço dos pequenos. Ele abriu mão de privilégios e enfrentou o poder para proteger os mais vulneráveis.

Sua vida mostra que a justiça cristã exige coragem, firmeza e disposição para suportar perseguições sem se afastar da verdade.

E por fim, ele nos lembra que o perdão é mais forte que a morte. Ao perdoar seus assassinos, transformou a violência em santidade. Que neste 7 de novembro, seu exemplo nos inspire a viver com humildade, fé e retidão.