Nossa Senhora das Dores: a protetora dos que sofrem
A devoção a Nossa Senhora das Dores acompanha séculos de fé, esperança e entrega. Sua imagem carregada de emoção nos recorda as lágrimas de Maria, a mãe que sofreu com intensidade cada passo da Paixão de Cristo.
Essa devoção é uma das mais antigas e profundas da Igreja Católica, pois toca diretamente o coração humano ao revelar o sofrimento de uma mãe diante da dor do filho.
Ao meditar sobre as dores de Maria, encontramos não apenas a lembrança da Cruz, mas também um caminho espiritual de consolo e fortaleza para os nossos próprios sofrimentos.
Que dia é de Nossa Senhora das Dores?
A Igreja celebra a memória de Nossa Senhora das Dores em 15 de setembro, um dia após a festa da Exaltação da Santa Cruz. Essa proximidade não é por acaso: as dores de Maria estão unidas intimamente ao mistério da Cruz de Jesus.
É um momento de especial devoção, onde fiéis no mundo inteiro participam de procissões, missas e novenas, recordando o amor e a coragem de Maria diante do sofrimento.
O que Nossa Senhora das Dores protege?
A devoção a Maria sob o título de Nossa Senhora das Dores está ligada à proteção nos momentos de sofrimento, de perdas e de provações. Assim como acompanhou Jesus até a cruz, ela acompanha também seus filhos espirituais em suas próprias cruzes.
Os devotos buscam nela um refúgio nas dificuldades da vida, pedindo amparo para suportar as dores emocionais, familiares e espirituais.
Qual é a história de Nossa Senhora das Dores?
A origem da devoção remonta à Idade Média, quando os cristãos começaram a meditar sobre os sofrimentos da Virgem. Essa reflexão ganhou força com a Ordem dos Servos de Maria, que propagou a prática de recordar as sete dores de Maria.
Com o passar dos séculos, a devoção se espalhou pelo mundo, tornando-se parte da piedade popular e presente em inúmeras igrejas, imagens e tradições religiosas.
Ordem dos Servos de Maria
A Ordem dos Servos de Maria, conhecida também como Servitas, nasceu em Florença no século XIII. Sete jovens comerciantes sentiram o chamado de deixar suas riquezas e se consagrar à Virgem Dolorosa.
Eles difundiram a devoção às dores de Maria e criaram práticas de oração que até hoje sustentam a espiritualidade dos devotos. Sua missão permanece: viver e anunciar o amor de Maria, a mãe que sofre e consola.
As 7 dores de Maria
As sete espadas e as sete tristezas de Nossa Senhora
As dores de Maria são comparadas a sete espadas que transpassam seu coração. Cada uma delas corresponde a um momento específico de sua vida:
- A profecia de Simeão.
- A fuga para o Egito.
- A perda do Menino Jesus em Jerusalém.
- O encontro com Jesus no caminho do Calvário.
- A morte de Jesus na cruz.
- A descida de Jesus da cruz.
- O sepultamento de Jesus.
Esses episódios revelam a profundidade da entrega de Maria e nos ensinam a transformar nossas dores em oração e confiança em Deus.
Imagem de Nossa Senhora das Dores
As imagens de Nossa Senhora das Dores são expressões de fé e espiritualidade. Retratam o sofrimento de Maria com olhar voltado ao céu, lágrimas e sete espadas cravadas no coração, símbolos das suas sete grandes dores vividas ao lado de Cristo.

O artista Elias Layon, herdeiro da tradição barroca mineira, recria essa devoção em suas esculturas. Sua obra une dramaticidade e beleza, traduzindo a intensidade do sofrimento de Maria e a força espiritual que nasce da entrega.
Na escultura, Maria surge com as mãos postas e o rosto em súplica. As espadas no peito representam não apenas a dor, mas também o amor incondicional e a coragem da Mãe Dolorosa, enquanto os tecidos dourados, ricos em movimento, convidam o fiel a refletir e encontrar consolo em Deus.
Como rezar o terço de Nossa Senhora das Dores
O terço das dores é uma oração especial que recorda cada uma das sete dores de Maria. Ele é rezado com um rosário diferente, de sete mistérios, onde se medita cada sofrimento com um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
Essa oração ajuda o fiel a aprofundar-se no mistério da cruz e encontrar consolo nos momentos difíceis, lembrando que Maria compreende cada dor humana.
Oração a Nossa Senhora das Dores
Uma das orações mais conhecidas é feita pedindo à Mãe Dolorosa consolo, proteção e força:
“Ó Mãe Santíssima, Senhora das Dores, que permanecestes firme junto à cruz do vosso Filho, alcançai-nos a graça de suportar com amor as nossas dores e tribulações, para que possamos um dia participar da alegria eterna.”
Essa prece simples, mas intensa, une os corações dos devotos à misericórdia de Maria.
O exemplo de Maria para a vida cristã
Ao contemplar Nossa Senhora das Dores, compreendemos que a dor não é o fim, mas um caminho de redenção e esperança. Maria não é apenas a mãe que sofreu, mas também a mãe que consola, que acolhe os filhos nos momentos de lágrimas.
A devoção que une fé e humanidade
O coração transpassado de Maria reflete também o coração humano, cheio de desafios e sofrimentos. É por isso que sua devoção toca tantas pessoas: ela nos ensina a atravessar a dor com dignidade e confiança em Deus.
Caminho de esperança para os fiéis
Seguir Nossa Senhora das Dores é caminhar junto àquela que mais compreende as dores humanas. Sua presença silenciosa, mas firme, junto à cruz, é o maior testemunho de que até na escuridão é possível encontrar luz.
Essa devoção se aproxima também de Nossa Senhora das Lágrimas, título que ressalta as lágrimas derramadas por Maria diante do sofrimento de Cristo e da humanidade. Suas lágrimas não são apenas sinais de dor, mas expressão de amor, intercessão e esperança para os fiéis.
Assim, a devoção não é apenas memória, mas um convite a aprender a viver com fé e a transformar dor em amor. Confie que a vitória sempre virá pela cruz e pela ressurreição, tendo Maria como Mãe das Dores e das Lágrimas que consola e fortalece seus filhos.